1991 - Imaterialidade da Matéria |
Textos do CatálogoPOESIA ESPACIAL NA ARTE DE TERESA RIBEIRO
A pintora transportam-nos para sois e galáxias de sonho, na procura da verdade, que o proverbio chinês de não imitar a natureza mas trabalhar com ela define exemplarmente. Encontrei várias vezes Teresa Ribeiro no Universo da fusão da cor com a forma, coexistência entre a força e o espaço, na dimensão infinita do sonho, nessa ânsia de caminhar para as estrelas. E sempre senti a força criativa, a magia de um espaço vazio de tela, poder enchê-lo de galáxias. Cavalgando num poema de matéria que se projecta no infinito das paralelas das dúvidas e da procura, Teresa Ribeiro irá sempre mais, além, no Universo Teresa Ribeiro encheu-se do pó das estrelas, rasgou a tela de sonhos e contrastes projectando a cor e a forma das coisas nos espaços infinitos de um lirismo pessoal. Como se com a matéria e as próprias tripas tivesse cozido a polifonia de cores da Via Láctea. Alquimista da síntese poética e do sonho em alusões metafóricas de cor, a tela nas mãos de Teresa Ribeiro é uma arpa de matéria onde tece os véus de ouro do tesouro de Jasão. Na tridimensionalidade dos volumes, a sua visão estética e original do espírito das coisas e do corpo, arrancou-lhe da alma, o mundo da cor, que ela trazia escondida dentro de si. Os dedos ágeis. Miguel Barbosa Escritor-poeta 1991 |
Catálogo da Exposição
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